Carl Edward Sagan

A colonização de planetas é meta atingível
Carl Edward Sagan


Ronaldo Rogério de Freitas Mourão


O interesse de Sagan pela astronomia começou muito cedo. Quando ainda tinha 12 anos, seu avô russo lhe perguntou, com ajuda de um intérprete pois quase não sabia inglês, o que desejaria ser quando crescesse. "Astrônomo", respondeu Sagan. Então seu avô lhe disse: "Compreendi. Mas como você vai ganhar a vida?"

O menino Sagan acreditava que, como todos os adultos que conhecia, estaria condenado a um trabalho monótono, repetitivo, pouco criativo. A astronomia seria praticada nos fins de semana. Só no segundo ano do ginásio, Sagan descobriu que alguns astrônomos eram pagos para se dedicar à sua paixão. "Transbordei de alegria" - escreveu Sagan mais tarde.

"Poderia dedicar-me ao meu real interesse o tempo todo. Há momentos em que o que faço parece-me um sonho improvável, embora extraordinariamente agradável".

Após o seu doutorado pela Universidade de Chicago (1960), passou a ensinar em Harvard e em Stanford. Foi professor de astronomia e ciências espaciais da Universidade de Cornell, assim como diretor do seu Laboratório de Estudos Planetários da universidade.

Suas principais pesquisas foram sobre superfície e atmosferas planetárias. Em 1960, concebeu um modelo-estufa para a atmosfera de Vênus, o que permitiu concluir que o vapor d'água das nuvens de Vênus, além de reforçar o efeito estufa de sua atmosfera de dióxido de carbono e impedir o escape do calor, favoreceria o estabelecimento de sua atmosfera muito quente.

Propôs um esquema para torná-lo um planeta habitável, empregando algas para eliminar o dióxido de carbono e naves Pioneer 10 e 11.

Mais tarde, em 1977, com sua segunda esposa, Ann Druyan, elaborou verdadeira descrição do atual conhecimento cultural, científico e social da Terra, a qual foi incluída nas espaçonaves Voyager 1 e 2 que deverão deixar o sistema solar com destino ao espaço sideral.

Em 1978, recebeu o prêmio Pulitzer de literatura pelos seus livros de divulgação científica. Apresentou e escreveu, em colaboração com Ann Druyan, a série Cosmos para a televisão.

Deixou também um romance de ficção científica Contact, que Ann Druyan adaptou para o cinema. O filme, dirigido por Robert Zemekis, o mesmo de De volta para o futuro, é estrelado por Jodie Foster.

O romance conta a história de uma astrônoma que enfrenta enormes problemas para provar que havia se comunicado com seres extraterrestres.

Foi uma mentabilidade aberta, sem preconceitos. Não se recusava a discutir os mais diversos problemas, dentre eles os relativos aos discos voadores.

Recebeu o prêmio "Public Interest", da American Physical Society, ao denunciar, com o livro "The Nuclear Winter: The World After Nuclear War", a ameaça de um inverno nuclear provocado por uma Guerra Nuclear, que causasse aumento da poluição atmosférica, obscurecendo a luz do Sol.


 

Publicado no Jornal do Commercio em 21 de dezembro de 1996

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